segunda-feira, 2 de setembro de 2013

A saúde no Brasil está mais para um mito


              

   Terça-feira, uma matéria/reportagem chama a atenção e choca no Jornal Nacional. Em outras circunstâncias seria apenas mais um idoso que morre em consequência de uma doença já avançada. Mas a doença só não foi o a causa da morte. Uma vida foi tratada como lixo, assim como ocorre todos os dias para muitos que dependem da saúde pública brasileira.
    Tudo começa com uma simples chamada telefônica. O senhor em questão passou mal e ao chamar a emergência o caso foi ignorado, alegando que não havia ferramenta adequada para transportar o paciente no carro do SAMU. O atendente ainda foi além: desligou na cara do cidadão que estava na linha. A reportagem teve grande repercussão. Mas por que será que o choque foi tão grande já que casos como esses se passam todos os dias no país?
   A resposta é simples e muito, muito triste: acomodação, costume, habito. Acostumamo-nos a ser tratados como lixo. Em PSF’s e hospitais faltam médicos, remédios, ferramentas necessárias para que o profissional que ainda existe possa realizar seu trabalho, no mínimo, decentemente. Ocorre a carência de profissionais porque se paga mal ou não se paga nada. Quem estudou tanto, primeiro para passar no vestibular e depois, e mais importante ainda, para sobreviver aos cinco anos dentro de uma universidade, não quer ganhar o que está sendo oferecido em redes públicas, que é necessário ser dito é uma humilhação e não só para o médico.Muitos estão nas ruas a lutar contra a entrada dos médicos estrangeiros no país. O fato é que muito tem para se aprender não só com a tecnologia como a experiência do estrangeiro, mas dar lugar ao de fora enquanto o brasileiro ainda não tem seu espaço também não ajuda muito.
   O cenário é o seguinte: macas no meio dos corredores, junto com outros pacientes que também ficam expostos a vírus que ainda não possuíam. Isso quando há macas. Porque cadeiras, muitas vezes se “transformam” em macas circunstanciais. Ou seja, estruturas hospitalares inadequadas só para começar. Locomoção então nem pensar. Ambulâncias guardadas para poupar gastos. Só que tal poupança não vai para cofre público e sim pessoal. Como é o caso de investimentos em construções de redes hospitalares, onde metade do dinheiro investido vai para o bolso de figuras que estão nos cargos de grande responsabilidade.
    Uma série de fatores transformam a saúde pública em mito. Mito porque ninguém mais tem o direito de ficar doente. Mito porque mesmo sendo um dos únicos sistemas universais de saúde pública do mundo, o Brasil ainda tem muito que aprender. Melhorar, evoluir, saber que temos sim o direito à saúde e que não é um mito. Mas primeiro tratemos de encontrá-lo. Esse direito parece que se escondeu. Não consigo enxergá-lo.

quarta-feira, 21 de agosto de 2013

Como uma criança num parque de diversões


Pouco a pouco avançamos. Avançamos para uma sociedade cada vez mais desumana. Pensamos ou de mais ou de menos. Queremos tudo rápido. Amamos pouco. Julgamos muito. Pouco a pouco nos tornamos medrosos. Um medo pior que quaisquer outros. Com o tempo, adquirimos o medo de sermos nós mesmos por temermos o julgamento alheio. Quando ninguém deveria julgar ninguém já que todos estão e são falhos. Paramos de fazer coisas por prazer pra fazer o que esperam de nós.



Meu pai queria que eu fizesse direito. Que pai não queria? É... pouquíssimos! Eu bati o pé e disse que queria jornalismo. Mas jornalismo não ganha muito. E daí? É o que eu gosto. Amo as palavras. Os seus significados. Adoro vê-las prontinhas, enfileiradas querendo dizer alguma coisa e sendo apreciadas por quem as lê. Acreditam que meu pai queria se meter até nos meus sentimentos? Dizer quem eu devo gostar já é demais. Nossos pais são os primeiros a querer nos dizer o que fazer. E devemos seguir seus conselhos até certo ponto. Eles já passaram por um bocado de coisas que ainda passaremos (nós, jovens). E só desejam que não caíamos nas mesmas armadilhas que eles. Mas isso é impossível. Mesmo que não erremos os erros dos outros, temos nossos próprios, a nossa maneira, a nosso tempo.
De casa vamos para a escola, onde temos que ter as roupas da moda, o tênis maneiro, escutar as músicas que todos estão escutando, namorar porque os amigos estão namorando, etc. etc. Quantas coisas deixamos de fazer por que nos dizem que não é “certo”? Isso me lembra um trecho de uma canção “Prefiro ser uma metamorfose ambulante do que ter aquela velha opinião formada sobre tudo”.  Prefiro ser rotulada, blablabla... Todos tem um defeito na ponta da língua pra seu próximo. Realmente me irrita esse dom/necessidade que alguns tem de colocar os outros pra baixo e só assim se sentirem “completos”. Por isso é sempre melhor ter a mente aberta e não se deixar ser enganado por esses ladrões da alegria alheia. Como diz a Pitty, seja sempre você. Bizarro ou não, tem sempre alguém que vai gostar de você do jeitinho que é. Ame muito. Julgue nada ou quase nada. Saiba ver quando alguém está querendo te dar um toque ou um empurrão. Não tenha pressa, pois em quantidade excessiva, você acaba se transformando refém dela. Busque sorrisos em coisas simples e não espere coisas grandes para se sentir feliz. Seja como uma criança no parque de diversão. No final você percebe que uma coisa grande é aquilo que te faz bem. E só.

sexta-feira, 24 de maio de 2013

Rizoma do ser humano




Na Biologia, rizomas são caules subterrâneos que crescem, reproduzem-se e afastam-se do bambu, permitindo a colonização de novo território. No entanto, o termo é empregado filosoficamente para definir nossas raízes, subdivisões de nós mesmos. Hoje em dia é tão fácil rotular o outro, aquele é magro, aquele é gordo, já esse é “nerd”, vish aquela é emo. Rizoma são definições distintas de cada um. Bem, lá vai o meu:

Marayane: estudante (jornalismo), cinéfila (viciada em filmes), filha, mexileira, namorada, cantora, blogueira e escritora.

Rótulos são tão mais divertidos quando são dos mais variados. Não existe alguém que é apenas uma coisa. O legal da vida é conhecer, arriscar, ser tudo e experimentar.

Um pouco de nostalgia e realidade



       Quando eu era criança tudo era mais fácil. Eu não tinha que pensar muito. Na verdade, eu não pensava em nada, só em como as princesas da Barbie tinham sorte em sempre terem um final feliz ou aprender o ABC ou a somar um mais um, dois mais um... Não entendia como nem porque os adultos eram tão “maus”. Não sabia que ser adulto era tão difícil.
                Todas as decisões que eu tomo hoje vão sempre refletir em alguém. Tenho sempre duas alternativas: chorar ou levantar a cabeça e sorrir; fazer algo de mau gosto ou fazer bem feito; reclamar por aquilo que não tenho ou agradecer pelo que eu tenho, principalmente os valores.
                Percorrer o caminho da vida nem sempre é fácil. Há sempre momentos que te farão sofrer e chorar. Tenho aprendido todos os dias uma nova forma de levantar de um tombo, porque aquela de ontem já não vale mais pra hoje. Nem sempre sou forte o suficiente para levantar a cabeça e sorrir logo de primeira. Muitas vezes, o impacto é maior que o meu estado de espírito. Mas se tem algo que nessa vida eu tenho certeza é que nada que te acontece de ruim é maior que sua força pra enfrentá-la. É vivendo e sempre aprendendo. Não sou perfeita, nem tenho tudo o que eu quero. No entanto, tenho o que eu preciso e isso é só.
                Tenho um dom e um defeito (muitos, na verdade). Tenho, pelo menos, um amigo que vai me estender a mão. Tenho uma pessoa com o mesmo sangue que o meu que estará pra sempre ao meu lado e no meu coração. Tenho alguém que não tem o meu sangue mas que me ama e me aceita do jeito que eu sou. Tenho motivos suficientes para lutar, para estar alegre e para sonhar.

                Então, um brinde à vida que ela merece!

quarta-feira, 27 de março de 2013

O medo e seus danos



O medo é consequência de algo que nossa consciência teima em admitir ser muito difícil de realizar ou de continuar a salvo, em segurança, nossa aclamada segurança. Muitas pessoas têm medo de altura, pois acham que homens e lugares muito altos não combinam. Que é insano se arriscar a um local onde “ninguém” tem o controle. Outros tantos têm medo de cobras, animais venenosos e que dão muito medo. Há os que tem medo do escuro, uma situação em que não podemos ver, ficamos vulneráveis.

Sabe do que eu tenho medo? Ah, de muitas coisas. Tenho medo do dia em que eu perder minha mãe, tenho medo de alguém me machucar tão intensamente que meu coração perca a esperança no ser humano, tenho medo do meu país continuar do jeito que está, tenho medo do mundo continuar do jeito que está. Tanta miséria em lugares que a maioria de nós nunca viu. Tanta violência, intolerância, ganância, falta de amor e de paz. Sim, eu também tenho medo de caranguejeiras e dentistas. Morro de medo de dentistas. Mas se eu for comparar com os medos citados primeiramente, nem sequer dá pra começar.

Há uma frase que eu acho bárbara: “Coragem não é a ausência do medo, e sim a vontade de vencê-lo”. Não me recordo agora de quem é a autoria, mas para mim, não existe melhor definição de coragem. Ter medo é normal, todo ser humano tem. O que não pode acontecer é deixar o medo ser maior do que as coisas que precisam ser mudadas, vencidas.

O alto dá medo sim, lá tudo pode acontecer, o tempo é a natureza quem comanda e, essa, nenhum ser humano tem um dedinho mínimo de controle. Mas está cada vez pior viver aqui em baixo, no solo firme. O céu, comparado ao chão, é o lugar mais seguro do mundo. Lá, jovens, cada vez mais novos, crianças a bem da verdade, não morrem todos os dias envolvidos com drogas. Acidentes de avião acontecem, mas acidentes de motos são tão constantes como nascimentos.

As cobras são animais venenosos, perigosos e que provocam medo mesmo presas. Muito medo mesmo. Mas quantas cobras andam disfarçadas de ser humano por aí? Quantas pessoas roubam, matam, mentem, dissimulam, sacaneiam, humilham? Isso dá muito medo a mim. A vocês não? As cobras/animais pelo menos não pensam. Já o ser humano...

O escuro, famoso por deixar-nos às cegas, é um “metedor” de medo infalível. Mas tem gente que, sinceramente, eu prefiro ver no escuro. Não pela aparência, mas porque ,definitivamente, eu faço questão de nem ver mesmo. É muita falsidade pra uma pessoa só.
 Quanto ao medo do meu país e do mundo continuarem como estão, não vejo nenhum lado bom.

Acho que todo filho (a) tem medo de perder a mãe. Mas querendo ou não, uma hora isso vai acontecer. E vá por mim, você sofrer perdendo ela é melhor do que ela sofrer ao te perder. Porque nenhuma mãe merece se despedir de um filho para sempre. Por isso, trate de aproveitar cada momento com ela.

Medos de altura, de animais, de escuro e até mesmo de dentista – sim, por eles assustam – não chega nem perto de fatores que merecem relevância dentre nossos medos bestas. Medos bestas porque muitas vezes deixamos escapar a felicidade. Eu tenho medo sim de me machucar, acho que todos têm. Mas não é por isso que vou me fechar à vida. Por medo, deixamos de dizer aquilo que deu vontade, deixamos de fazer aquela viagem, de aceitar aquela proposta. Por medo deixamos tanta coisa passar. Acabamos por assinar nosso próprio contrato de infelicidade e isso me dá medo, mais do que tudo. 

segunda-feira, 4 de março de 2013

Uma colinha para descontrair

"Feios porém lindos

As feias que me perdoem, mas beleza é fundamental". Era um poeta maravilhoso, esse Vinicius de Moraes, mas deixou imortalizada uma frase que jamais sairia da boca de uma mulher. Aos feios, as mulheres dão boas vindas, desde que por trás do olho que não é azul e do corpo que não é atlético haja bom humor, inteligência e sex appeal. 

Nunca veremos Brad Pitt e George Clooney namorando feinhas, mas já vimos Julia Roberts casar com Lyle Lovatt, um músico que tinha o rosto decorados com crateras, e a estonteante Sharon Stone desfilar com baixinhos barrigudos até contrair matrimônio com um senhor que mais parece um boneco de cêra. Há quem defenda a idéia de que mulheres casam com qualquer um, desde que tenha poder ou dinheiro. Poucas. Não foi o caso de Julia Roberts nem o de Sharon Stone, ricas e poderosas por si só, e também não é o caso de muitas Lucias, Andreas, Cristinas, Danielas, Fernandas e Jussaras anônimas. Mulheres preferem ser amadas do que invejadas. 

Essa história de beleza tem a ver com atração, que tem a ver com "a primeira impressão é a que fica", que tem a ver com inícios de relações. Se a garota for um canhão, as chances de conquistar um deus são quase zero (é uma generalização, toda regra tem exceções). Já se o garoto for feio, porém espirituoso, talentoso e auto-confiante, pode descolar o número do telefone da Marisa Monte. Lembrem-se que ela já namorou o Nando Reis, dos Titãs. Alguma coisa ele tem de lindo. 

Mick Jagger é raquítico e branquela. Gerald Thomas é raquítico, branquela e usa óculos. Woody Allen é raquítico, branquela, usa óculos e está quase careca. Apesar desse quadro de horror, sei de muita mulher que não os expulsariam da sua cama. Será que elas nunca ouviram falar em Mel Gibson, Antonio Banderas, Pedro Bial? Elas nunca ouviram falar é que beleza garanta o conteúdo. 

Mulher tem faro, não se contenta com a embalagem. É bem mais comum ver uma mulher linda acompanhada de um homem aparentemente sem graça do que o contrário. Não é (só) porque a concorrência é implacável e nos contentamos com o que sobra. É porque mulher tem raio-x: consegue olhar o que se esconde lá dentro. Se além de um belo coração e um cérebro em atividade ele ainda for apetecível, é lucro. Pena que a recíproca raramente seja verdadeira. Economizaríamos fortunas em cabeleireiros e academias se os homens fossem direto ao que interessa, na alma e no espírito, para os quais não adianta maquiagem".

MEDEIROS, Martha.

segunda-feira, 25 de fevereiro de 2013

"Porque nós sempre seremos uma... família"






Você tem duas escolhas: ficar se lamentando por não ter um pai maravilhoso ou pode estar feliz por ter a melhor das mães. Ou vice versa.

Falar sobre família, em alguns casos é “meter o dedo na ferida”. Nem todas as crianças e adolescentes tem pai e mãe morando juntos. E quando eu falo juntos não é apenas dividindo uma casa, e sim dividindo um lar.

Não pense que você é a única pessoa – filho (a) – de pais separados. Na maioria dos casos, você está tendo uma sorte muito grande por não ser obrigada (o) a presenciar cenas que não causam bem algum ao ser humano – principalmente quando esse humano ainda não tem sua personalidade formada. Vá por mim, você não sabe o quanto doloroso é estar no meio de uma discussão onde não era para estar.

Quando um casal se une, ambos em um único coração, alma e corpo, podem estar em busca apenas de prazer, saciar as vontades “mundanas” e também humanas – o que é super normal. Mas também podem estar procurando outro tipo de realização, além da sexual. Muitas vezes o casal alcança essa tal realização, e o relacionamento é condicionado a um bem não só mútuo, como alcançado e refletido a milhares de quilômetros. Todavia, há encontros e desencontros na vida, e seus pais podem fazer parte deles. Ninguém está livre disso. Talvez, algum dos dois tenha mais “culpa no cartório” – ops, que trocadilho sem graça, mas juro que foi sem querer – mas isso não impede que os respingos atinjam inocentes. É. Infelizmente não impede.


Mas ninguém está a salvo de acabar em um relacionamento que não deu certo. Nunca diga “dessa água eu não beberei”. O que nos resta é torcer os dedos para que a ficha caia antes que mais alguém caia na rede. Contudo, se você foi o peixinho que caiu na rede, tente não achar que você é o único ou que a vida é um presente. Clichê? Não sei, mas não faz muito tempo que alguém – muito importante pra mim – me disse que um dia tudo passa. Esperemos, com a paciência na maior medida que conseguirmos ter.

Mauks,
A mexileira

domingo, 17 de fevereiro de 2013

Calma que estou com pressa




Bilhões de seres humanos estão com pressa – 365 dias, 24 horas, 60 minutos, 60 segundos. E muitos desses seres humanos não conseguem parar para “respirar”. Olhar o céu, o mar. Ver o lado bom da vida.
Uma vida corrida, um emprego dos sonhos ou que está mais para um pesadelo. Uma almejada promoção. Muitos dependentes de ônibus e metrô – fato que deixa o dia com a aparência menor que 24 horas. Aliás, o dia tem mesmo 24 horas? Acordar, tomar café, estudar, trabalhar, pegar ônibus, sorrir, ser legal com a família, ser inteligente, ser bonito, ter tempo para o (a) namorado (a), estar atualizado com o futebol – caso você seja homem – ou com a moda – se você for mulher. Tudo isso e mais alguns pontos homens e mulheres “precisam” suprir durante o dia.
Dizem que a pressa é inimiga da perfeição. Mas quem é perfeito?
O que queremos? Uma vida perfeita.
Como a conseguimos? Fazendo mil coisas ao mesmo tempo.
Para quê tanta pressa? Pra chegar onde todos querem chegar.
E onde todos querem chegar? Ao sucesso.
Será que o sucesso vale toda nossa pressa? Muitos dirão que sim, outros optarão pelo não.

Até aqui respostas dadas pelo senso comum. Mas o senso comum deixa de existir no momento em que cada ser humano encontra a si mesmo na sua pressa lógica e desesperada: o que seria o sucesso? Cada um tem sua definição.
O sucesso seria a profissão, a família, ajudar o próximo, se vingar, viajar, ser famoso, encontrar o amor de sua vida, ter poder, ter filhos, ter paz, dinheiro, bons amigos. Todos querem chegar ao sucesso, e a pressa, na maioria das vezes, é essencial para alcança-lo.
Não sei se a pressa é inimiga da perfeição, mas ela, com certeza, não faz sentido.
Quando criança (pelo menos eu cheguei a usar esse meio de transporte) pegamos o velocípede e rumamos ao desconhecido do nosso quarteirão. Ual! Que sensação de liberdade, não? E quando um pouco mais velhos, chega a vez da bicicleta. Andar pelo simples prazer de se mover, ao vento e com o vento.  Todavia, o prazer acaba ai. Porque nos tornamos adultos e lá nos vem a danada da pressa. De moto, estamos com pressa. De carro então...


Hoje já é quinta-feira
E eu já tenho quase 30
Acabou a brincadeira
E aumentou em mim a pressa
De ser tudo o que eu queria
E ter mais tempo pra me exercer


Mas somos tão loucos e ilógicos que talvez a pressa tenha lógica algum dia. Somos assim, não? Desesperados, a espera de que nossa loucura faça algum sentido.

quinta-feira, 7 de fevereiro de 2013

O que poderia ter sido

Você já se perguntou o que pode mudar a vida de uma pessoa completamente? Até que ponto podemos mudar o rumo de nossas vidas?

***
Havia um menino, que morava, com seus pais e três irmãos mais novos. Seu nome era João. João vivia numa casa muito pequena, seu pai bebia muito e quando chegava à noite batia nele, nos irmãos e na mãe, se caso fosse defendê-los. No começo ela sempre os defendia, mas à medida que eles foram crescendo, começou a achar que eles já eram grandinhos o suficiente para defenderem a si mesmos. João não entendia o porquê de seu pai o bater e o de sua mãe não o defender.

Com o passar do tempo, João começou a entender exatamente o que seus pais haviam lhe ensinado: a vida é como uma selva. Vence o mais forte, tendo que aprender a defender-se sozinho. Não ligava para os estudos, muito pelo contrário, aprontava de todas na escola onde estudava. Não tinha medo nem da diretora. Juntou-se com os garotos mais velhos, de maioridade, inclusive. Começou a roubar. Viciou-se nas drogas e numa de suas noites drogado, chegou em casa e seu pai estava batendo no seu irmão mais novo. Ele parou, por um momento, para insultar João, chamando-o de drogado, ladrão, bandido... João, porém começara a andar armado.



Preciso falar mais alguma coisa? De um lado a ignorância e do outro lado intolerância. Atitudes mais escolhas erradas é igual a um resultado nada bom.

Bom, vou precisar falar sim. Pois João não começou a roubar, não entrou para o mundo das drogas. Ele conheceu outro mundo: o da leitura. 
João gostava muito descrever. Só que na sua casa não havia nenhum livro – nem a Bíblia. Seu refúgio, então era a escassa biblioteca de sua escola. Primeiramente, seu interesse eram as histórias fictícias, de lutas, batalhas, heróis e vilões. Só que sua paixão pelas palavras ganhou maiores proporções, lia de um tudo: português, história, biologia. João cresceu e se tornou um grande escritor. Seu pai morreu no ano de sua formatura no curso de letras. João, á medida que ia se tornando um homem, não havia deixado seu pai encostar um dedo em nenhuma das pessoas que ele amava. Sua mãe não havia mudado muito. Apesar de tudo, ela sempre esteve ali, para ajudá-lo a concluir seu curso. Seus irmãos viam nele um exemplo a ser seguido. João não tivera muita sorte ao nascer (onde nascera), mas isso nunca foi desculpa para torná-lo amargo ou fazê-lo optar por caminhos errados.

Dois caminhos, dois rumos diferentes, duas realidades distintas. O primeiro levaria João à cadeia ou ao cemitério. Seus irmãos também não teriam destinos diferentes. Seu pai, não teria morrido de morte ‘morrida’. Provavelmente muitos garotos teriam comprado as drogas revendidas por João – obviamente, isso não impede de outros o fazerem. Mas isso mostra que do mesmo jeito que João escolheu o caminho certo, outros também podem fazer.

E assim como os livros, as palavras, mudaram a vida de João. Os livros, as palavras de João podem mudar o rumo de muitas outras vidas. E não é só escrevendo um livro que podemos mudar as pessoas, deixar uma gota no oceano. Ajudando aos que precisam, dando um abraço sincero, dando um bom dia, ouvindo os outros, sendo pacientes com os idosos e crianças. Com um simples gesto, podemos mudar o mundo. Cada atitude no presente é um tijolo do futuro. E uma vida pode SIM influenciar e até mudar outras.

quarta-feira, 6 de fevereiro de 2013

Os miseráveis (Livro) - Crítica

Quão errado ou criminoso é roubar um pão numa época e num lugar onde só há guerras, tragédias, desumanidade? Onde, tal criminoso é condenado á 19 anos de prisão?


É exatamente esse o enredo de Os miseráveis (Lés Miserábles, obra original de Victor Hugo). Um homem que rouba pão para alimentar a irmã e seus sobrinhos passa a vida toda perseguido por seu passado de ladrão, como está escrito no seu cartão amarelo, “muito perigoso”. Jean Valdjean entra na cadeia com o coração muito apertado. Sai pior. Com raiva do mundo, não sabe nem se tem um coração mais. Seu único motivo de ter roubado foi o de alimentar aos que amava e ninguém lhe dera oportunidade para conseguir honestamente. E nem isso o conseguira, pois fora apanhado e agora que estava livre não sabia o que havia sido feito da irmã e seus sobrinhos.
E ainda pior, carregava consigo, como se fosse parte de sua identidade – na verdade, aquilo agora o definia – um cartãozinho amarelo onde estava escrito: sujeito muito perigoso. Para toda a sociedade, Jean era uma doença, um vírus. Era escorraçado de todos os lugares que chegava. Ninguém estava disposto a sequer lhe dar um lugar para dormir, e aquilo só o deixava com o coração mais duro. Até que uma boa alma o ajuda e transformou seu coração.

A obra é considerada uma obra prima e um grande best-seller. Representado no cinema, no teatro e em todos os tipos de arte. Uma nova versão da história está atualmente nos cinemas de todo o Brasil. Quem nunca leu, ao menos assista. É simplesmente uma daquelas histórias que todos os seres humanos deveriam conhecer. É transformador, encantador...

Miseráveis são todos aqueles que veem e realmente não são capazes de enxergar. Ver é supérfluo, enxergar é real. Miseráveis são os que não perdoam, não dão uma segunda chance, não amam, e isso, caros, é a pior miséria do mundo. 

sexta-feira, 11 de janeiro de 2013

Olhar




Mesmo com todos os problemas que enfretamos diariamente, conseguimos sempre rir de baboseiras. E você já pensou que talvez esse seria o sentido da vida? Talvez tenhamos tanta "fome" por momentos tops, que acabamos menosprezando o que faz cada dia valer a pena. Todos queremos crescer rapido demais. Pra quê? Pra quando chegar lá, querer voltar a ser criança.

Uma vez, isso não faz muito tempo, mas na minha cabeça fazem séculos, fiquei olhando pra minha imagem refletida no espelho e imaginando o que veria daqui a uns 20, 30 anos. Na boa, não cheguei a nenhuma conclusão. Pois quem é que sabe o que a vida, o futuro nos reserva? Só queria que três coisas não se perdessem na minha essência: cantar - cantar mesmo quando meu coração estiver estilhaçado, cantar mesmo quando minha coragem estiver fraquejando, cantar mesmo que me digam que não devo cantar, mesmo que as coisas pareçam difíceis; escrever - escrever e encontrar palavras que possam expressar meus sentimentos, meus medos e meus ideais; e sorrir encabuladamente - amo o sorriso encabulado.

Que eu sempre seja capaz de encontrar e reencontrar a mim mesmo. E acima de tudo, que eu sempre saiba onde encontrar a Deus, e vice-versa.