terça-feira, 4 de fevereiro de 2014

Complexamente Ana

Ana, por muito tempo, pensou que a vida era feita de sonhos (daqueles bem gostosos - que comprados na padaria o que.. - feitos pela vovó. Todos riam da cara dela e ela nunca entendia o porquê. Mesmo assim, ela nunca deixou de acreditar em suas mirabolantes definições do universo:
  - Que as nuvens eram de algodão doce branco;
  - Que o melhor presente do mundo seria um pônei;
  - Que Papai Noel, na verdade, era o codinome de Deus - uma forma que ele encontrou de poder conversar pessoalmente com as criancinhas;
  - Que lágrimas eram uma forma de chuva especialmente do ser humano;

Ana nunca conseguiu convencer ninguém a respeito dessas ideias. Mas também ninguém a conseguiu convencer do contrário. Parece estranho uma mulher de 27 anos pensar dessa forma. Ana me lembra uma criança. Será Ana uma criança? Uma criança com alma e coração tão puros que ninguém consegue perturbá-la. É assim que a vejo. Ana adorava sorrir, mas em compensação chorava pela folha que caia da árvore no outono. Não entendia o motivo de tanta maldade nem desigualdade nesse mundo. Não entendia por que o ser humano as vezes é tão destrutivo. Ao mesmo tempo que não entendia como o ser humano pode ser tão maravilhoso e guardar tantas surpresas boas dentro de si. Isso ela via que dependia de cada um. Nenhum era igual ao outro, nem possuia os mesmos defeitos e qualidades. Ana adorava cantar e dançar e não era a melhor em nenhuma dessas atividades. Mas a vontade de fazê-las era maior que o medo de não ser tão boa. Ela aprendeu muito cedo que cada ser humano é responsável pelo cativa no próximo. E que tudo na vida tem sua reação. Sempre admirei Ana, pelo que ela cativou em mim.

*Texto em homenagem a minha mãe*