Pouco a pouco
avançamos. Avançamos para uma sociedade cada vez mais desumana. Pensamos ou de
mais ou de menos. Queremos tudo rápido. Amamos pouco. Julgamos muito. Pouco a
pouco nos tornamos medrosos. Um medo pior que quaisquer outros. Com o tempo,
adquirimos o medo de sermos nós mesmos por temermos o julgamento alheio. Quando
ninguém deveria julgar ninguém já que todos estão e são falhos. Paramos de
fazer coisas por prazer pra fazer o que esperam de nós.
Meu pai queria
que eu fizesse direito. Que pai não queria? É... pouquíssimos! Eu bati o pé e
disse que queria jornalismo. Mas jornalismo não ganha muito. E daí? É o que eu
gosto. Amo as palavras. Os seus significados. Adoro vê-las prontinhas,
enfileiradas querendo dizer alguma coisa e sendo apreciadas por quem as lê.
Acreditam que meu pai queria se meter até nos meus sentimentos? Dizer quem eu
devo gostar já é demais. Nossos pais são os primeiros a querer nos dizer o que
fazer. E devemos seguir seus conselhos até certo ponto. Eles já passaram por um
bocado de coisas que ainda passaremos (nós, jovens). E só desejam que não
caíamos nas mesmas armadilhas que eles. Mas isso é impossível. Mesmo que não
erremos os erros dos outros, temos nossos próprios, a nossa maneira, a nosso
tempo.
De casa vamos
para a escola, onde temos que ter as roupas da moda, o tênis maneiro, escutar
as músicas que todos estão escutando, namorar porque os amigos estão namorando,
etc. etc. Quantas coisas deixamos de fazer por que nos dizem que não é “certo”?
Isso me lembra um trecho de uma canção “Prefiro ser uma metamorfose ambulante
do que ter aquela velha opinião formada sobre tudo”. Prefiro ser rotulada, blablabla... Todos tem
um defeito na ponta da língua pra seu próximo. Realmente me irrita esse
dom/necessidade que alguns tem de colocar os outros pra baixo e só assim se
sentirem “completos”. Por isso é sempre melhor ter a mente aberta e não se
deixar ser enganado por esses ladrões da alegria alheia. Como diz a Pitty, seja
sempre você. Bizarro ou não, tem sempre alguém que vai gostar de você do
jeitinho que é. Ame muito. Julgue nada ou quase nada. Saiba ver quando alguém
está querendo te dar um toque ou um empurrão. Não tenha pressa, pois em
quantidade excessiva, você acaba se transformando refém dela. Busque sorrisos
em coisas simples e não espere coisas grandes para se sentir feliz. Seja como
uma criança no parque de diversão. No final você percebe que uma coisa grande é
aquilo que te faz bem. E só.